Eu duvido.

“Eu duvido. Duvido que
você não chame meu nome quando você sente falta de alguém, duvido que não sinta
falta do meu carinho sempre tão sincero, falta de me contar como foi seu dia,
as histórias da sua vida que sempre foram pra mim melhor do que qualquer
novela. Duvido que você não me procure nas biscates que você pega por aí,
sempre tão vazias. Vazias igual a sua liberdade idiota que nunca te serviu pra
porra nenhuma. Talvez esse seja o nosso problema, eu sou completa demais pra
sua vidinha mais ou menos. Eu sinto, eu penso, eu falo, eu te conheço, isso te
assusta né? “Tô invadindo seu espaço? Desculpa.” Essa fui eu, durante todo esse
tempo, me desculpando por que mesmo? Me diminui pra você ficar maior, pra você
não me perceber entrando na sua vida. Se você pudesse sentir o quanto isso dói
você quem iria se desculpar. Eu queria ligar pra você, e te falar sem pausas
tudo que eu ensaio toda vez que você me magoa, mas nunca digo pra não te
magoar, afinal você não me faz mal por mal, e talvez esse seja o pior mal que
se possa fazer a alguém, tão natural. Bobagem, como se algum ensaio no mundo
fosse me deixar firme depois do seu ‘alô’. Então é isso, tô te escrevendo.
Sempre fui mais segura com as palavras. Tô te escrevendo pra talvez um dia te
enviar, mas to escrevendo. E não é sobre você dessa vez, é sobre mim. Sobre o
quanto eu sou boa, igual a mim tá difícil meu bem. Sobre como eu não preciso
usar cinco centímetros de saia e um decote no umbigo pra ser mulher; Sobre
como, ainda assim, só eu sei fazer de você um homem. Sobre muitas coisas, mas
principalmente, sobre quantos homens eu poderia estar saindo nesse exato
minuto. Não é com você, é comigo sabe? Por exemplo, EU te idealizo nesse
momento como o melhor, não que você seja. Acho legal você brincar com a sorte,
mas se eu fosse você não teria tanta certeza da minha posse assim. Talvez
ninguém tenha te avisado ainda, então desculpa se eu vou te dar essa notícia
sem te preparar antes, mas a porra do mundo não gira em torno do seu umbigo.
Ficou chocado? Acontece. Só queria te dá um conselho, em nome da nossa amizade
e meu carinho por você, tira uma mão da liberdade e segura um terço. Fica
assim, agarrado nas duas coisas sabe? E reza, reza muito pra não aparecer
ninguém que mexa comigo enquanto você fica brincando de não saber o que quer.
Porque eu sou amor, e ainda que não seja o seu, essa é a minha essência. E você
não deve acreditar muito nessa ideia, pelas tantas vezes que eu quase fui, mas
um dia eu vou.. sempre foi assim. Mas deixa eu te contar um segredo: se eu for,
eu não volto.”
Tati Bernardi.
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